segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Quais as ideias centrais do texto introdutório de Bhabha em "O Local da Cultura"?

9 comentários:

  1. A compreensão da diferença cultural como produção de identidades minoritárias. As identidades de diferença conforme o autor destacou são construídas constantemente.
    Nota-se uma defesa do autor em relação da reinvenção da identidade a partir da contradição sendo este ponto uma oposição a tradição.
    Outro ponto destacado pelo autor foi a representação da diferença a partir da articulação social da minoria. Cabe salientar a defesa da noção de solidariedade e comunidade na formação da identidade ao longo do texto, onde o autor destacou o além de sei para poder retornar, tendo em vista as possibilidades de hibridismo cultural.
    A concepção de diáspora conforme o autor destacou está relacionada a noção de deslocamento.
    Nota-se uma redefinição dos conceitos de culturas nacionais homogêneos.
    O residir no além conforme apresentou Bhabha em sua obra consistiu no fato da necessidade de reinscrever nossa comunidade humana e sua dimensão histórica, havendo uma clara intervenção no aqui e no agora, isto é, uma invenção e reinvenção.
    O autor também destacou a necessidade de um elo comunicante entre passado e presente, onde o dualismo tempo e espaço é marcado por uma exploração transnacional nos tempos de hoje.
    A formação da identidade está ligada a um conjunto de interações, trocas e partilhas, onde nota-se o desejo do reconhecimento da presença cultural como atividade negadora conforme destacou em sua obra.
    Por fim, cabe destacar o conceito de memória apresentado por Bahbha em sua obra, cuja mesma seria responsável por formar uma identidade social conforme apresentou em seu texto, dialogando ainda com os conceitos de esquecimento e silêncio ao longo da trajetória humana e do poder do discurso.
    O texto de Bhabha dialoga com o de Stuart Hall no que tange a defesa dos mesmos de que não existe uma identidade ou cultura única, onde as mesmas são marcadas por processos de construção e reconstrução do indivíduo.

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  2. O texto introdutório traz temáticas através de narrativas que abordam: O movimento das relações espaço e tempo (advindo da globalização) causando desorientação aos sujeitos. O surgimento dos hibridismos culturais nos momentos de transformação histórica. A diferença cultural causando consensos e/ou conflitos, ou seja, paradoxos. As narrativas sociais reproduzindo o social, interferindo no suporte para a identificação cultural. O choque entre culturas, a linha tênue entre as traduções culturais fazendo surgir o “novo”, independente do passado e do presente. Lembranças de tradições culturais nativas e da recuperação das histórias reprimidas, com cautela, perante um novo cenário cultural. Surgimento de “novas necessidades” oriundas da imposição de ideias estrangeiras, representações culturais e estruturas de poder.

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  3. Os dois autores se complementam. Com uma retórica mais densa, Bhabha apresenta a diferença cultural como uma alternativa à diversidade cultural. Também coloca a questão da cultura na esfera do além que significa distância espacial, marca o progresso e promete o futuro.Insere a terminologia do intertício; a sobreposição e o deslocamento de domínio da diferença. Argumenta que o interesse comunitário ou o valor cultural são negociados e esse embate cultural muitas vezes consensual e /ou conflituoso. Novamente o hibridismo cultural que acolhe a diferença sem uma hierarquia suposta ou imposta.A ideia do pós moderno sem ser sequencialidade.O passado-presente. O diálogo com Fanon para reconhecer a importância dos povos subordinados de afirmar suas tradições culturais nativas e recuperar suas histórias reprimidas.Assim no meu caso particular, atrelar os docentes Guarani ao uso da TIC, audiovisual, para se fazer visível nessa época de Globalização. Posteriormente o autor lança a discussão do domínio público e privado. À posteriori, os dois autores dialogam com a ideia da identidade não sendo estável mas reconstruída e finalmente Bhabha traz a inserção de reflexões sobre o discurso colonial fugindo da lógica do binarismo.

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  4. Bhabha, dialoga com o preconizado por Hall em questões como,pós-modernismo, identidade, globalização. Versa sobre complexidade de diferença e identidade, interior e exterior, inclusão e exclusão, mencionando, classe, singularidade/afastamentos,consciência/posições dos sujeitos nas categorias: raça, gênero, geração,local institucional, localidade geopolítica,orientação sexual. Em minha leitura a esse respeito, apesar de esses segmentos serem entendidos historicamente como minorias, de forma alguma significa que estes estariam/estiveram ou estão em menor número, apenas a tradição ditada pelas classes dominantes que criou raízes profundas em nossa cultura, os fez serem vistos como os que não rezariam pela cartilha imposta por aqueles que se autodenominaram detentores das regras sociais, culturais, comportamentais... Para Bhabha há que se refletir sobre a formação dos sujeitos nos "entre-lugares" e nas fronteiras ou "além" que o autor apresenta como mais abrangente que o início de um lugar(geográfico) e o fim de outro, podendo nestes haverem conflitos, construções, recomeços que se desdobram em questões objetivas e subjetivas.

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  7. Bhabha assume uma perspectiva teórica que toma como ponto de partida o hibridismo cultural e histórico do mundo pós-colonial.
    O autor propõe uma discussão sobre o sujeito colonizado e o colonizador, tratando de questões do discurso de poder em termos de dominação e superioridade de um povo sobre outro. embora a globalização favoreça a produção de padronizações culturais, esse movimento nunca ocorre apenas em uma direção. Conforme ensina Bhabha (1998), para impor os seus padrões culturais o colonizador precisa negocias sentidos com o colonizado e nessa negociação ele também se contamina tornando a completa saturação de sentidos uma impossibilidade (HALL, 1997). Podemos articular com o texto de Hall no que tange às questões de não fixação da cultura. Mas Diferente de Hall (1997), que estabelece diferenciação entre linguístico e extralinguístico, Bhabha (1998) compreende a cultura como processo de significação e assume uma perspectiva discursiva de cultura: cultura como prática de enunciação.O conceito de cultura é central no estudo assumido a partir das concepções pós- estruturalistas e pós-coloniais de Bhabha (1998) para quem cultura é prática de enunciação em que são disputados significados sobre o mundo. O autor rompe com a ideia de culturas fixas e originais dado que, segundo ele, sempre que lidos, os sentidos são reapropriados. A leitura também é enunciação. Dessa forma, há apenas produção na/de cultura e igualmente há sentidos apenas híbridos. Esses processos de significação que constituem o que entendemos por cultura são sempre híbridos e contingentes.
    Em relação à globalização, em termos de interação cultural, fluxos culturais, neste mundo em intenso processo de mudanças emergem, sem possibilidade de controle, todas as contingências e ambivalências que caracterizam as formações humanas. Um cenário plural, denso, plurilocalizado, composto de referências e virtualidades que se cruzam. Neste tempo, o qual nos referimos há num “movimento exploratório incessante, que o termo francês au-delà capta tão bem – aqui e lá, de todos os lados, fort/da , para lá e para cá, para
    frente e para trás” (BHABHA, 1998, p.19), havendo um “cruzamento de figuras” e imagens, somado às referidas abundâncias dos nossos tempos.

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  8. Achei interessante essa reflexão de Mia Couto, ele pondera sobre a velocidade característica do mundo contemporâneo, “uma espécie de corrida infrutífera para não ficarmos desatualizados”, que torna tudo efêmero, vazio:mas será que continuamos protagonizando nossas vidas? “Não precisamos de mais tempo. Precisamos de um tempo que seja nosso” Deixo o link pra vcs assistirem o vídeo https://www.youtube.com/watch?list=PLLLCDXQNWVo1IZienptNj2UbdGkS-e4a4&v=_FTXYwW9X90

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